IPV6

O que é

Em 1994, frente a estudos de limitação do IPv4 – como o crescimento exponencial da internet-, iniciou-se o estudo pelo IETF de uma nova versão do protocolo IP, que surgiu a partir de 1995 através da RFC 1883 (DEERING 1995). A nova versão do protocolo IP foi entitulada IPng – IP Next Generation. Como esse nome ficou ambíguo frente aos diversos projetos em paralelo deste protocolo, a nova versão foi chamada de IP versão 6 – IPv6. O motivo para este protocolo não ser IPv5 foi que já existia um projeto de um protocolo experimental chamado ST, que já possuía esse nome (COMER 2001). Em diversos aspectos o protocolo IPv6 (DEERING 1998) assume as mesmas funcionalidades que fizeram o sucesso do IPv4 (INFORMATION 1981).

O que mudou?

Em termos de inovações, estas podem ser agrupadas em 5 categorias (COMER 2001)(DEERING 1998) apresentadas abaixo:
  • Expansão do espaço de endereçamento: Aumento dos atuais 32 bits que formam o endereçamento IPv4 para 128 bits no IPv6. Adicionalmente, é introduzida a classe “anycast”, que objetiva o envio de pacotes a um host pertencente a determinado grupo. Este recurso é muito semelhante a um “broadcast seletivo”. O modelo de broadcast convencional não é mais utilizado, sendo substituído pelo multicast.
  • Simplificação do cabeçalho IP: Alguns campos do header IPv4 foram suprimidos e outros se tornaram opcionais. O objetivo de tal modificação justifica-se pelo menor custo de processamento e a menor utilização da banda.
  • Cabeçalhos de extensão: Ao contrário do IPv4 que utiliza um formato único de cabeçalho, o IPv6 permite que informações sejam divididas em diversos cabeçalhos. Isso permite que a estrutura de um pacote IPv6 seja formada pelo cabeçalho base, seguida por zero ou mais cabeçalhos de extensão, e ao final seus dados. Isso permite que novas funcionalidades sejam adicionadas ao protocolo conforme as necessidades no futuro. Adicionalmente, há um ganho de performance, já que os nodos intermediários passam a analisar somente o cabeçalho base, que por ser fixo, não necessita de cálculos adicionais.
  • Tratamento de fluxos diferenciados: Permite que um remetente e receptor possam estabelecer um caminho/tratamento para determinados fluxos de pacotes. Isso permite que aplicações de “tempo real” possam ter um tratamento diferenciado com menos atrasos e/ou variação de caminhos, prejudicando o serviço; ou ainda que determinados pacotes possam ser roteados por um caminho de baixo custo/baixa prioridade.
  • Segurança com autenticação e privacidade: Fornece extensões que permitem o ticação, integridade de dados e confidencialidade no próprio datagrama IPv6.