Layer 3 Switching

An Introduction

1. Introdução

Este trabalho é um resumo do texto Layer 3 Switching – An Introduction, de Robert Ciampa. O trabalho discorre sobre switching níveis 2 e 3 combinaram-se para formar a poderosa arquitetura de switching nível 3.

2. Gerenciamento Efetivo da Informação

O conhecimento da divisão em camadas é crucial para a implementação tática e estratégica das tecnologias de rede e informação numa organização. Muitas pessoas vêem a divisão em camadas como um exercício acadêmico, no qual o nível 2 representa o switching e o nível 3 representa o roteamento. Esta visão limitada deixa muitas organizações à mercê dos problemas de desempenho do seu backbone colapsado de roteadores. São necessárias decisões estratégicas a respeito do desenvolvimento de aplicações, escalabilidade de rede, desempenho e custo de propriedade. Também são necessárias decisões táticas sobre quais produtos se aplicam como parte de uma solução global.

3. Modelo Contemporâneo de Camadas

Por muitos anos o Modelo de Referência OSI, de 7 camadas, foi referência para redes. O modelo, no entanto, sucumbiu à alta complexidade dos protocolos e ao processo de normalização excessivamente rigoroso. Do modelo original, apenas algumas camadas sobreviveram para constituir o modelo contemporâneo de redes, considerado padrão de fato:

5 - Aplicação

4 - Transporte

3 - Roteamento

2 - Switching

1 - Interface

A Camada 1 – Interface, é responsável pela conectividade de dispositivos. Geralmente é representado por tipos de redes bem conhecidas – Ethernet, Fast Ethernet, Giga Ethernet, Token Ring, FDDI, ATM, SONET/SDH, etc. Tecnologias como FDDI, ATM e SONET/SDH estendem as funções do nível 1 agregando funções como tolerância a falhas e multiplexação física. Estas adições agregam custo e, por vezes, diminuem o desempenho.

A Camada 2 – Switching, provê o endereçamento e o acoplamento. Como as arquiteturas até nível 2 permitem conectividade de estações terminais, é prático construir redes limitada ao nível 2, provendo simplicidade, baixo custo, conectividade de alto desempenho para centenas ou mesmo milhares de estações terminais. Nos últimos anos, as redes "planas", compostas de switches nível 2 conectados a outros switches nível 2, ou switches ATM, fizeram enorme sucesso. O conceito de rede compartilhada, com o uso de hubs (repetidores multiporta) tornou as redes nível 2 muito populares. No entanto, o compartilhamento da mesma banda, por muitas estações, apresenta deficiência na escalabilidade, levando os administradores de rede à utilizar switches (pontes multiporta) nível 2 ou mesmo roteadores nível 3. É interessante notar que o nível 2 fica limitado às dependências da organização, sendo necessário utilizar nível 3 para acessos Internet. Ou seja, para escalar nível 2 é necessário o nível 3.

A Camada 3 – Roteamento provê o particionamento lógico de sub-redes, escalabilidade, segurança e QoS – qualidade de serviço. QoS, um desenvolvimento recente no nível 3, vai além da simples priorização de pacotes encontrada na CoS – classe de serviços. O backbone da Internet, bem como o da maior parte das organizações, é construído em nível 3. O IP é o protocolo fundamental nível 3. O IP por si só não é um protocolo complexo. Capacidade adicional é fornecida pelos outros componentes da pilha IP, como DNS, DHCP, os protocolos de roteamento OSPF, RIP e BGP. Apesar das vantagens de desempenho apresentadas pelas redes nível 2, algum nível de particionamento faz-se necessário, fazendo os roteadores manterem-se presentes em diversos pontos de uma rede corporativa. Fatores como comunicação cliente/servidor, fazendas de servidores, intranets e a tecnologia Web moveram o tráfego de sub-redes para redes roteadas. Assim começaram a surgir problemas de desempenho nas redes devido ao retardo provocado pelos roteadores. Estes funcionam basicamente através de software, bem mais lentos do que os switches implementados em hardware (ASICs).

A Camada 4 – Transporte, é o caminho de comunicação entre aplicações de usuário e a infra-estrutura da rede, definindo o método de comunicação. TCP e UDP são exemplos de elementos desta camada.

A Camada 5 – Aplicação, provê acesso ao usuário final ou a outro tipo de repositório de dados.

4. Surge o Switch Nível 3

Os roteadores tradicionais, elementos centrais das redes corporativas, passaram a ser o principal obstáculo à migração para redes da próxima geração. Em 1992 a 3Com iniciou a integração de switches nível 2 com roteadores nível 3. A intenção foi reduzir o número de dispositivos a serem gerenciados e a redução de custos. Apesar de a primeira implementação ter sido feita em software, produtos subsequentes apresentaram utilização crescente de ASICs – Circuitos Integrados de Aplicação Específica. Assim, a capacidade dos equipamentos evoluiu de 500 pps para 64 Mpps em poucos anos. A mídia especializada tentou aplicar o termo switch nível 3 para diversos equipamentos. Este artigo mostra que, como o equipamento faz tudo o que um roteador nível 3 faz, um switch nível 3 na verdade é um roteador, diferenciando-se positivamente no aspecto desempenho, quando comunica-se com a MAN através de protocolos padronizados como RIP e OSPF.

O switch nível 3 tem, de forma inerente, domínios nível 2 por interface, permitindo alocação de banda por sub-rede e confinamento de broadcast. A possibilidade de agrupar portas conforme características físicas, ou protocolos, é extremamente vantajosa para o planejamento de capacidade das redes. O conceito "preservação de sub-rede" é o fator chave de uma migração efetiva e isenta de problemas para tecnologias mais avançadas de rede como 100 e 1000 Mbps.

Como mencionado anteriormente, os switches nível 3 processam o encaminhamento de pacotes através de hardware (ASICs). O software realiza as funções de administração, gerência de tabelas e tratamento de falhas. O processamento em hardware proporciona não só melhor desempenho como também provê paralelismo, que possibilita um maior número de operações sobre o pacote, especialmente no que diz respeito à aplicação de políticas. Políticas são mecanismos de alteração do encaminhamento de um pacote através de uma rede visando balanceamento de carga, segurança e processamento de opções de protocolo. Novas políticas, como QoS, viabilizam o tráfego de voz e vídeo nas redes nível 3.

Quando se fala em switching nível 3 é necessário destacar a simplicidade de gerenciamento comparado com o do roteamento nível 3 clássico. A configuração de roteadores é muito mais complexa, exigindo treinamento extensivo e dispendioso.

Com exceção de WAN, onde não se aplica muito bem, os switches nível 3 podem substituir roteadores em qualquer ponto das redes. O seguinte quadro compara switches nível 3 com roteadores nível 3:

Característica

Switch nível 3

Roteador nível 3

Encaminha IP, IPX e Apple Talk

Sim

Sim

Definição sub-redes

Domínio nível 2

Porta

Arquitetura de encaminhamento

Hardware

Software

Suporte RMON

Sim

Não

Preço

Baixo

Alto

Desempenho no encaminhamento

Alto

Baixo

Política de desempenho

Alta

Baixa

Suporte a WAN

Não

Sim

5. Aplicação

A utilização do switching nível 3 deve ser considerada sob duas perspectivas. Primeiro, como uma ferramenta de migração para tecnologias de rede de alto desempenho. A segunda diz respeito ao que pode ser feito quando são retirados gargalos de desempenho de uma rede. Diversas medidas podem ser adotadas para melhorar o custo e a segurança, como a implantação de fazendas de servidores, intranets e redes convergentes (multimídia).

6. Migração

A migração de uma rede legada baseada em roteadores e hubs para uma rede utilizando switching nível 3 pode ser feita em fases. Um bom exemplo pode ser observado no texto original.

7. Futuro

Os switches níveis 4 e 7 já são uma realidade, agregando serviços de balanceamento de carga Web e caching.

8. Conclusão

Switching nível 3 é a tendência natural de evolução de tecnologia de rede, simplificando o desenho, reduzindo custos e melhorando o desempenho.

9. Duvidas?

Vou tentar responder - paulo.heuser@usa.net

ETCOM/UFRGS - Curso de Redes de Computadores