Qualidade de Serviço

Os requisitos para as redes de comunicação de dados estão mudando. Hoje em dia, o uso corporativo da Internet está precisando de tecnologias que garantam a disponibilidade da rede e a qualidade dos serviços. As empresas não podem dar-se ao luxo de ter um serviço instável e sem garantias. As redes de hoje não oferecem garantias de disponibilidade e de largura mínima de banda.

Para suprir as necessidades das empresas, as redes precisam agregar novas tecnologias que permitam ao gerente da rede controlar o seu comportamento. A combinação de várias tecnologias permite aos provedores disponibilizar serviços de acordo com contratos estabelecidos.
 

A necessidade da qualidade de serviço

A Internet não é de uso exclusivo de centros de pesquisa e do governo, como antigamente. Ela está presente também nas empresas e é uma importante forma de comunicação e negócios, especialmente na área do comércio eletrônico. 

Além das aplicações tradicionais, como o correio eletrônico e o ftp, a todo momento surgem novas aplicações de tempo real, como o tráfego de voz e imagem, entre outras. Por serem interativas algumas aplicações são críticas e necessitam de requisitos especiais, como alta disponibilidade, alta largura de banda e baixa taxa de erro e de atraso. Alguns exemplos destas tecnologias são: a vídeo-conferência e o e-business que, caso fique indisponível, acarretará enormes prejuízos.

Qualidade de serviço e as diferentes aplicações

Para que operem corretamente deve-se levar em conta os requisitos de cada aplicação presente na rede. Pode parecer uma tarefa muito árdua, porém estas aplicações podem ser divididas em um número relativamente pequeno de classes com necessidades semelhantes. Uma das classes existentes agrupa os softwares que não necessitam requisitos especiais, como por exemplo, o correio eletrônico. Para as demais devemos determinar suas necessidades comuns.
 

Tecnologias voltadas à Qualidade de Serviço

Algumas tecnologias como Type Of Service (TOS) e Integrated Service (Int-Serv) foram criadas com o objetivo de prover alguma qualidade de serviço (QoS). Algumas limitações restringiram o uso destas tecnologias, pois as mesmas se mostraram incapazes de prover a estrutura necessária ao bom funcionamento das aplicações. 

A tecnologia denominada TOS permite que a rede diferencie o tráfego de controle e o de usuário. Para tanto esta tecnologia baseia-se no byte do Tipo de Serviço localizado no cabeçalho do pacote IP. Esta técnica proporciona um pequeno número de classes. Este byte não é levado em conta na maioria dos roteadores e hosts pois é não é suficiente para prover uma gama satisfatória de serviços.

Outra técnica desenvolvida chama-se Integrated Service (Int-Serv) e provê um bom serviço, fim-a-fim, para aplicações ponto-a-ponto e ponto-a-multiponto. Nesta tecnologia a aplicação inicia uma sessão na rede usando um Protocolo de Sinalização de Reserva de Recurso (RSVP). Esta sessão serve para identificar os recursos necessários a uma aplicação, como largura de banda e atraso. Apesar de ser extremamente poderosa, esta técnica necessita que os roteadores tenham muita memória e poder de processamento, devido à alta sinalização necessária. Em um roteador do backbone podem haver muitas sessões deste tipo, fazendo com que este não lide satisfatoriamente com todas. Isto reduz a eficiência pois não há garantias que no backbone sejam mantidos os mesmos requisitos necessários a esta comunicação.
 

Serviços Diferenciados (Diff-Serv)

Esta tecnologia, ao contrário da anterior, não provê um serviço fim-a-fim para as aplicações e sim baseada em blocos. É similar à técnica baseada no tipo de serviço, mas supre melhor as necessidades das aplicações encontradas hoje em dia.

Diff-Serv define um determinado número de "tratamentos", também conhecidos como Per Hop Behavior (PHB), que devem ser aplicados a cada vez que um pacote passa por um dos nós da rede. Por tratamento podemos entender ações tais como a seleção de filas de alta prioridade e baixa taxa de congestionamento. Por receber o mesmo tratamento em todos os nós da rede podemos ter idéia do comportamento dos demais pacotes nesta rede
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Para identificar o tratamento a ser dado a determinado pacote, este carrega 6 bytes (mais 2 bytes não usados) no campo originalmente destinado ao tipo de serviço do cabeçalho IP. O campo destinado a estes 6 bytes é denominado Diff-Serv Code Point (DSCP).
 


Tratamentos Definidos

Expedited Forwarding (EF)

O tratamento denominado EF, provê uma baixa perda, baixa flutuação e baixo atraso. Com o objetivo de proporcionar um baixo atraso, o EF define que a taxa máxima de recepção não pode ser maior que a taxa de transmissão.

Isto garante que não haverá congestionamento no nó da rede, minimizando o atraso.

Assured Forwarding (AF)

Este tratamento define N classes independentes de envio, denominadas de AF1 a AFn. Em cada uma dessas classes temos M subclasses de probabilidade de envio. A probabilidade mais alta de entrega deve ter uma probabilidade maior que o segundo nível de recebimento.

Default Behavior (DB)

Este tratamento define que o nó entregará tantos pacotes quanto possível e tão logo possível.
 

Condicionamento do Tráfego

O Diff-Serv Code Point (DSCP), identifica o tratamento a ser aplicado em cada nó da rede. O nó no início do domínio Diff-Serv deve assegurar-se que este campo está setado corretamente em cada pacote. Esta é apenas uma das condições. Este nó provê mais funções do que simplesmente marcar o byte do campo DS.

Os clientes e os provedores de acesso firmam contratos, chamados de Service Level Agreement (SLA), com o objetivo de determinar algumas condições de tráfego.
 

Service Level Agreement

Nestes contrato são acordadas características como:

- Taxa máxima em que os blocos (células) podem ser enviadas
- Taxa média a longo prazo
- Taxa mínima aceitável
- Flutuação máxima aceitável
- Fração de células perdidas ou entregues tarde demais
- Tempo (médio e máximo) necessário para a entrega da célula
- Variância nos tempos de entrega da célula
- Fração de células entregues sem erro
- Fração de blocos de rajada de erros
- Fração de células entregues no destino incorreto
 

Conclusão

Para aplicações críticas é necessário que sejam feitos contratos com os provedores de acesso para garantir os requisitos necessários ao bom funcionamento das aplicações de rede.
 

Nome: Acio Rinaldo Selbach Neto - acioneto@cpovo.net